HPV é assunto sério e pode matar!
- Redação
- 17 de out. de 2018
- 2 min de leitura
Atualizado: 1 de dez. de 2018

O Ministério da Saúde lançou uma campanha de vacinação contra o HPV com objetivo de imunizar mais de 20 milhões de crianças e adolescentes em todo o país. Transmitida sexualmente, a infecção pelo papilomavírus é a principal causa do câncer de colo do útero e está relacionada a mais de 90% dos casos de câncer anal e 63% dos cânceres de pênis.
Com mais de 100 sorotipos do vírus, é fácil entender porque oito em cada dez indivíduos sexualmente ativos entrarão em contato com a doença no decorrer da vida. O difícil é compreender porque, apesar de a vacina ter uma eficácia comprovada na proteção contra os mais comuns e agressivos tipos de HPV, a imunização de meninos e meninas nunca alcançou a meta de 80%, no Brasil, desde o início da campanha em 2014.
Dados de países desenvolvidos comprovam que a vacinação é, de fato, a maneira mais eficaz de lutar contra esses tipos de câncer. No Reino Unido, o programa de vacinação contra o HPV já tem 10 anos. Estimativas do governo mostram que a taxa de imunização de jovens entre 15 e 24 anos é de 80%. Resultado: uma queda de 86% nos casos de câncer de colo de útero entre a população vacinada.
Mas a realidade brasileira é outra. O câncer de colo do útero provocado pelo HPV é o terceiro que mais mata por aqui. Num país onde algumas regiões apresentam dificuldade de acesso aos exames de rastreamento da doença, a imunização é uma ferramenta essencial para redução nos futuros casos de câncer, sobretudo em mulheres que, por inúmeras causas, não realizam o Papanicolau frequentemente.
O fato, no entanto, é que apesar de todos os pontos positivos, a população brasileira não aderiu ao programa de vacinação contra o HPV e a imunização ainda é falha no país. Alguns dos motivos são claros. Os adolescentes, público-alvo da vacina, são mais difíceis de aderirem às campanhas de imunização para sua idade; para ter a proteção adequada são necessárias 2 doses, enquanto muitos jovens só fazem a primeira. Além disso, há ainda o receio dos pais de levarem os filhos para vacinar acreditando que isso possa estimulá-los a iniciar a vida sexual mais cedo. Barreiras e preconceitos que cabem ao governo e aos profissionais da saúde romper com mais informação e conscientização.
Como o principal objetivo é ampliar a rede de proteção a homens e mulheres, vale ressaltar que a vacina na rede privada pode ser aplicada a um número ainda maior de pessoas. Aqueles que já não fazem mais parte da faixa etária de gratuidade do SUS podem recorrer aos serviços de vacinação privados. Um custo-benefício que deve ser levado em conta pela população que pode pagar por isso. Agir preventivamente hoje, para ter um impacto positivo na saúde amanhã.
SERVIÇO
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